segunda-feira, 24 de maio de 2010
O Beijo da Bruxa
Sabe-se que a noite as bruxas fazem alquímia,
se enlaçam em seus feitiços, num misto de suas mágias
encanto e erotismo, satanismo e maldição
juras, pragas e agouros, sacríficios e alucinação
serpentes, fogueiras, maçãs, mandragóras, uvas e romãs
segredos de séculos de idade, mistérios e vaidades, perfumes
e óleos raros, espíritos de sectários.
Cabrestos firmes em cavalos negros, nuas em roda sob a lua cheia
vagueam em êxtase, cantando seus mantras, satisfazendo a sede e anseio
de suas almas alheias detidas por seus amores, vivendo os seus terrores
caçando com os olhos a presa, pelo pulsar do coração, o medo acelera o músculo
o sangue corre ligeiro, vermelho grosso e intenso, chega a exalar no ar cheiro
isso excita o desejo da caça e sua consumação, a morte da pobre vítima
que mesmo correndo a pique, não foge da tentação, atraído pelo prazer, sucumbi pelo
líbido, as bruxas espelem o veneno com seus lábios, língua e beijo.
Faber Rodrix
Xamã Paulistence
Todo dia pedra vermelha, ando solto como luz do dia,
manhã de sexta-feira, fogueira de nostalgia,
semente de mata grande, peixe do mar de sal,
cabeça, tronco e membros da fulô do girassol.
Cigarra canta contente, na loca escura do tôco
cantiga de faroeste, cachimbo de índio louco
o verde lodo da selva no branco leite da vaca
distorce a estoria triste do prego preso na estaca
Assim sobe a alva anunciando a proteção
do seio da terra fértil, cultivo de vinho e pão
camisa de linho negro, sapato azul e cinturão
de noite late o cachorro, calado fico a porta
com a mala da vida na mão.
Faber Rodrix São Paulo 01 de Fevereiro de 2007
manhã de sexta-feira, fogueira de nostalgia,
semente de mata grande, peixe do mar de sal,
cabeça, tronco e membros da fulô do girassol.
Cigarra canta contente, na loca escura do tôco
cantiga de faroeste, cachimbo de índio louco
o verde lodo da selva no branco leite da vaca
distorce a estoria triste do prego preso na estaca
Assim sobe a alva anunciando a proteção
do seio da terra fértil, cultivo de vinho e pão
camisa de linho negro, sapato azul e cinturão
de noite late o cachorro, calado fico a porta
com a mala da vida na mão.
Faber Rodrix São Paulo 01 de Fevereiro de 2007
domingo, 16 de maio de 2010
E se o meu Sol for a escuridão de muitos e se para eu ter vida, necessário seja a morte de alguns e se a tempestade da minha vida só se aplacar com um sacrificio ao deus EROS e se todos os meus "ses", não expressarem apenas minhas dúvidas, mas desaparecessem dando lugar a minha vontade pura e seca de ser EU MESMO e de fazer o que tanto quero, que é gritar para tudo e todos o quanto sou amado e amo, MAS NÃO POSSO!!!
domingo, 2 de maio de 2010
Eqüi-Ivo-cado!?
"Estou perdido..."
Estou vivendo um momento de minha vida que merece um texto, pensei em pedir para alguém com uma habilidade maior na escrita para fazê-lo, mas até esse indivíduo resolvi poupar de tamanha futilidade.
O chavão "perdido como cego em tiroteio." que denota a simples questão do cara que não sabe o que fazer em meio a um turbilhão de coisas tudo ao mesmo tempo agora, que na verdade não é uma questão simples, mas uma questão que exige muito e por isso pode causar danos fisícos, mentais e espirituais, sigo escrevendo as linhas abaixo.
É em um emaranhado de dilemas que me tornei, não que eu esteja buscando fazer o que é certo, pois, não sei mais de fato o que é algo certo, como também aquilo que alguns julgam ser errado para mim faz mais sentido do que certezas absolutas de outrens, justamente por não ter mais conhecimento de bem e mal, doeu mais vomitei a fruta.
No entanto, essa sensação de estar perdido em meio ao caos desse momento de vida me levam a reflexões que nunca antes tive, principalmente no campo da moral e dos bons costumes, ora, onde estou hoje a moral e o bom ou o mau costume nada são, porque em nada adianta, logo nada representa.
Nem por isso me sinto imoral ou averso a tradição de meus pais, e o que me faz me sentir para além do bem e do mal, do moral e do imoral, para além do que é culturalmente tradicional é a sensação de estar perdido em um Reino ainda por mim desconhecido devida a sua imensidão eterna, essa percepção me faz livre de tudo isso que alguns chamão de mundo, eu me perdi de mim, eu me perdi na vida, eu me perdi no caminho, eu me perdi e nesta condição de perdido que ainda hoje me encontro é que me percebi achado e não por mim mesmo, porque eu mesmo ainda não me encontrei e nem sei se o quero, pois, onde estou hoje e na qualidade em que estou hoje, já não me busco mais, justamente porque não existe mais em mim vontade alguma de me achar, pois, todas as vezes em que me encontro e me acho, estarei distante daquilo que me faz vivo e com esperança.
Quando me encontro me desespero, pois sei, que estou me distanciando, me separando, pouco a pouco me afastando da perdição, da qual não me arrependo, e sim quero sempre está nessa condição e vagando, indo e caminhando, como se não soubesse para onde está seguindo, Como se não existisse um Deus que me vê e me sonda constantemente, como um desgarrado subversivo e subvertendo, sim, impelido e sabiamente conduzido, as vezes pisando o solo, outras vezes carregado sobre os ombros da Vida.
É assim que estou e vou, não mais fazendo caso algum de direção própria, sempre buscando me afastar o máximo e o mais rápido possível de mim mesmo, porque sei que minhas pernas são velozes para me aproximar cada vez mais da minha hipocrisia, da minha própria justiça, da minha soberba e jactância, da minha exaltação e do reconhecimento do bem e do mal.
Sim, eu estou perdido em meio a um processo de mortificação de tudo aquilo que outrora julguei ser coerente com a vontade de um deus que eu insistia em agradá-lo, usando métodos mirabolantes que me garantiriam aplacar sua ira e consequentemente, atrair seus olhos de satisfação para mim e me aceitar como sou, sendo eu o meu maior reprovador.
E porque digo que estou perdido...por justamente ainda restar em mim resquícios de uma moral destituída da Graça de Deus, por ainda haver em mim justiça e juízos próprios, por ainda intolerantemente julgar e condenar os meus iguais, mesmo sabendo que em nada difiro deles.
Ainda sigo perdido, e me perdendo mais e mais vou durante esse processo sendo cada vez mais achado não em mim mesmo, mas achado Nele, quanto mais o percebo em tudo e em todos, mais e mais O encontro, e esse mais e mais O encontrar me distancia cada vez mais do meu "se achar", vou desaparecendo no caminho em meio a um horizonte do qual não tenho medo ou pavor, mesmo não sabendo ou não fazendo questão alguma de saber para onde estou indo, vou; vou cego, vou coxo, vou leproso, vou ladrão, vou hipócrita, vou prostituto, vou com minha mão mirrada, vou encurvado, vou endemonhiado, vou samaritano, vou pródigo, vou adúltero, vou morto...mas vou ciente de que não vou só, não vou por querer ir, não vou por ser bom, não vou por ser mal; vou por ser mais um perdido que Ele veio buscar e salvar, por que antes de mim Ele foi ao Pai cego, coxo, leproso, ladrão, hipócrita, prostituto, com a mão mirrada, encurvado, endemonhiado, samaritano, pródigo, adúltero, morto...porquanto levou sobre si o pecado do mundo todo, para que hoje o caminho esteja aberto para todos os perdidos desde a fundação do mundo amados do Deus Incompreencível.
Faber Rodrix
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